segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A palavra do ano

Por volta desta altura, e a cada 12 meses, a Porto Editora faz uma eleição para escolher a palavra do ano. A minha pode ter apenas um voto, pode nem ser portuguesa, mas é a campeã absoluta de 2012:

Timing.

sábado, 29 de dezembro de 2012

E teremos sempre o Casablanca

Que por sinal dá hoje na Dois e lá terei de ver pela 7566552453ª vez.



Ainda 2012

A vantagem de terminar um ano como eu terminei 2011, com a faixa de "separados de fresco" ao peito e aquela sensação de que o calendário podia ter saltado 12 meses que tinha dado jeito, é que o ano seguinte, à partida, só podia ser melhor. E 2012, embora não tinha sido propriamente o que eu estava à espera, foi ainda assim um ano bom. Foi um ano para mim. Para redescobrir quem sou eu sozinha. Para voltar a ouvir as minhas músicas de manhã e à noite e ao fim do dia. Voltar a escrever para a gaveta e para os outros e para mim. Ter a certeza que a melhor coisa que pode vir do fim de uma relação é que é esse mesmo fim que permite dar início a uma outra coisa qualquer. E que o dia em que as coisas acabam é também a véspera do dia em que as coisas começam, mesmo que haja muitos outros dias lá pelo meio. 2012 teve isso. Teve primeiros encontros e primeiros beijos e joelhos a tremer. Teve saídas até às dez da manhã. Teve novos amigos e velhos amigos e casamentos e até os primeiros filhos dos amigos, ainda em modo feijão mas já parte da família. Teve um gato novo que me destruiu a árvore de Natal e me arranha as pernas como se fossem palmeiras mas todos os dias me acorda com festas e beijinhos. Teve Paris. Teve timings errados mas boas histórias. Teve boas surpresas agora no final, ainda que complicadas. Teve, acima de tudo, a confirmação de que o mundo pode estar a desmoronar-se, a carteira depenada, o coração às moscas ou tudo ao contrário mas eu voltei a ser eu, a sentir-me bem só porque sim e a acreditar, sabe-se lá porquê, que no próximo ano é que vai ser, as pessoas são maravilhosas, o amor é lindo e hoje choveu mas amanhã vai estar aquele céu azul e aquela luz branca de Lisboa que deixou a minha amiga que vive em Londres com dores de cabeça, de tão forte que é.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

2012

Assim na recta final toma lá um par de boas surpresas para teres a certeza de que sim, foi um ano bom.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Acabaram-se as asneiras

Estas começadas por "M" e as outras de andar a viver um amor ou quase-amor que não pode ser.
(Mas foi bom enquanto durou).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

E quando o plural se torna em singular

"Gosto muito de homens e não consigo viver sem ele."

Rita Blanco no programa "Fala com Ela". A entrevista passou há meses, eu é que só ouvi hoje, graças a uma boa surpresa.

Quanto à árvore de Natal, já está feita

E este ano com direito a um enfeite novo.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Menos é mais

Dando aqui início à wishlist natalícia, acabo de me deparar com um livrinho que reúne as ilustrações de Dennis de Groot, um designer gráfico que pega em ícones da nossa cultura e os desconstrói em linhas básicas e geométricas. Tão simples, tão giro, tão eficaz.



E o meu preferido:

domingo, 2 de dezembro de 2012

Se calhar por isso é que eu via o Pinóquio quase todos os dias

Porque as pessoas são todas umas mentirosas, dizem coisas em que não acreditam, e eu com seis anos já tinha percebido.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

E Londres aqui com tão perto...

... com três exposições tão boas ao mesmo tempo.

William Klein na Tate


  
Vhils na Lazarides (a partir de dia 30)



Tim Walker na Somerset House


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

E voltando à história do jantar

Eu sei que deixei muita gente em suspenso com a história do "correu tão bem, que horror". Mas não é, prometo, uma táctica para ter mais visitas ou mais leitores à espera das cenas dos próprios capítulos. Eu própria estou assim, a ter de deixar passar o tempo e ver o que é que faço com isto, à distância. Só me falta começar a escrever cartas com uma pena, como no século XIX e nos romances do Camilo Castelo Branco.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Em modo decoração

Quase a fazer um ano desde que vivo sozinha, posso dizer que a minha casa está quase toda ao meu gosto. Quase. Acabo de ver que me falta esta almofada da Hardcore Fofo (o melhor nome de sempre, já agora).



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Na mesma tarde...

... Uma amiga que faz contas à vida para ver se pode ter um filho e diz que um dia destes talvez vá em frente porque sempre teve qualquer coisa de kamikaze; outra amiga que está cansada de empregos-que-equivalem-a-pensos-rápidos e pela primeira vez pensa seriamente em emigrar porque não tem dinheiro para pagar as contas do próximo mês; uma terceira amiga que é avisada ao dia 7 de Novembro que não vai receber ordenado até ao final do ano e é suposto continuar a ir trabalhar e dar sempre mais e ainda planear as festas felizes e os presentes pelo meio, ho ho ho. As três a falarem disto na mesma tarde, a terem de lidar com isto ao mesmo tempo, como que unidas por uma estranha e injusta fraternidade.
Ontem um colega meu riu-se às gargalhadas quando outra colega disse "quando a crise acabar acho que isto e aquilo". Foi o mesmo riso de quem ouve alguém dizer que vai à lua passear num balão de ar quente e foi tão espontânea a descrença que eu ri-me com ele. Mas hoje vi angústia e falta de esperança em pessoas de quem gosto muito. E não sei se ria se chore.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

E agora uma dúvida muito parva

Estarei demasiado velha para usar boné? É que estes da Kenzo com a New Era são tão bonitos...



terça-feira, 30 de outubro de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ontem recebi um telefonema com 16 anos de atraso

E foi como estava à espera: percebi que as palavras certas deixam de ser certas quando demoram muito tempo a ser ditas, como aqueles perfumes que passam a borrifos de ar por estarem demasiado tempo no frasco.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Juliette quer

Uma t-shirt a dizer Capulet. Um Romeu e Julieta que acabe bem. Uma camisola com as palavras de Shakespeare e o filme de Baz Luhrmann transformado em roupa para pôr na gaveta e passear na rua, como no lookbook de Outono da Wildfox, lindo que só ele e quase todo aqui.





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Valha-nos a assistência em viagem

Que isto de não ter um homem para nos trocar pneus quando há um que resolve rebentar no meio da estrada, é chato.

sábado, 13 de outubro de 2012

E depois, às vezes...

Basta a maneira como ele se ri ou como enruga a testa quando quer explicar qualquer coisa mais elaborada.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Há uns tempos, uma amiga que é casada perguntava-me como estava a ser viver sozinha e se não tinha saudades de estar sentada no sofá a ver filmes com um namorado. Respondi-lhe que não, que aquilo de que eu tinha saudades era da parte antes dessa, da fase da conquista, de me pôr bonita para ir jantar fora e ficar com a boca seca da expectativa. Entretanto esses jantares vieram, uns mais giros do que outros, uns a evoluírem mais do que outros, e há uns dias dei por mim a pensar nisto das primeiras impressões e o que é que separa uma pessoa interessante em si de uma pessoa interessante para nós. Porque se pusermos as coisas em termos racionais, é possível olhar para alguém e apontar o que faz desse alguém perfeito, pelo menos em teoria: interesses comuns, sentido de humor, objectivos de vida, inteligência, profundidade, e já agora uma carinha ou um físico que faça alguma coisa pela nossa taquicardia. O problema é isso ser só em teoria. Porque enquanto há pessoas que são automaticamente afastadas de um relacionamento mais profundo por darem erros a falar ou gostarem de touradas (dou dois exemplos meus mas a lista pode ser infinda, consoante cada um, e não me venham dizer que estou a ser esquisita e vou acabar sozinha porque toda a gente tem as suas paranóias), há outras que não percebemos bem porque é que ficam ali no meio, perfeitas em teoria mas insonsas na prática, companhia ideal para ir ver uma exposição num domingo à tarde mas não para partilhar um pequeno-almoço na cama ou uma maratona de filmes no sofá (lá está). Eu não queria estar a voltar à questão de que o romantismo morreu porque já disse o que tinha a dizer sobre esse assunto neste blogue, mas a verdade é que também me parece que hoje em dia as pessoas vão sair mas com aquela postura de que "se der, deu, e se não der também paciência, há muito trabalho e muita coisa para fazer e o tempo não dá para tudo" e ninguém tem grande paciência para tentar arrebatar ninguém ou ser arrebatado. E no fim, parece-me, a questão é só uma: uma pessoa até pode ser perfeita para nós, em teoria, ou não tão perfeita assim, logo à partida. Mas a única coisa que interessa são aqueles segundos, aquele momento em que viramos costas e percebemos se vamos ter de estar com essa pessoa outra vez, todas as vezes, depressa e sem ter medo de o demonstrar, sempre que for preciso.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

"O coração é livre como um passarinho"

"Ainda esta manhã, quando ia para o aeroporto, uma velha sem dentes mostrou o fio da língua e gritou na rua
- Ninguém manda no coração, o coração é livre como um passarinho!
e que verdade mais bela e assustadora ouviste tu no mundo?

(...)

Espera, lembrei-me agora, e se o coração que é livre como um passarinho, foi o que gritou a velhota na rua, e se lhe acontece o inesperado, e se o passarinho for apanhado e metido numa gaiola, minha senhora?
- Então ele sonhará que está lá fora, livre como um coração. Não mandas nele, mesmo que queiras."

Rui Cardoso Martins in "Se fosse fácil era para os outros"

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

É amor

Conhecemo-nos nas redes sociais há pouco mais de um mês. Começámos por trocar fotografias e pouco a pouco fui dando por mim atraída por aqueles olhos meio cinzentos, meio azuis. Na semana passada combinámos finalmente encontrar-nos, uma amiga em comum serviu de intermediária e só posso dizer que foi amor à primeira vista. Uma paixão daquelas tão assolapadas que, nem cinco dias depois, já estamos a viver juntos e a dormir na mesma cama.

Não sei se estou a ser precipitada, mas estou feliz. E por isso queria apresentá-lo aqui, para ficarem a conhecê-lo também:




É ou não é um gato?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Oficialmente curada

Os ex-fumadores têm as suas pequenas vitórias quando contam os dias desde que já deixaram de fumar. As dores de amor são um bocadinho diferentes. Para mim, mais do que contar os dias desde o fim ou perceber que o coração já acordou da anestesia e viu que há mais gente no mundo, a cura é descobrir que a pessoa de quem gostámos tanto já está com alguém e não sentir mais do que cinco minutos de desconforto antes de pensar "olha, boa sorte".

Estou oficialmente curada de um amor que correu mal. E isso é tão bom.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Telegrama

Mergulhos. Areia. Gelados. Imperiais. Sol. Creme. Sal. Mais mergulhos. Praia. Pele tostada. Férias, finalmente.

E por agora é isto.

sábado, 28 de julho de 2012

Moonrise Kingdom

Um belo filme sobre o primeiro amor, com dois miúdos de 12 anos que fogem de casa nos anos 60 e que está cheio de referências à Nouvelle Vague (e tem uma bonita canção da Françoise Hardi). Estava a vê-lo esta semana e a pensar que é uma espécie de versão luminosa do Pierrot le Fou, um dos meus filmes favoritos de todo o sempre. Se tiverem oportunidade de ir vê-lo ao cinema, é ir a correr.

Da estupidez

Devia haver uma explicação para a estupidez humana, ou para a minha estupidez, pelo menos. Imaginemos que temos dois caminhos: um é mais fácil, mais bonito, está ali, disponível, com a estrada bem aberta e nenhum obstáculo à vista; o outro é misterioso, difícil, uma incógnita, implica conquista, um desafio. Podemos ir até pelo primeiro, resolvidos ao menos uma vez na vida a procurar algo que nos faça bem, que seja positivo e fácil, um caminho tranquilo para variar um bocadinho, mas damos por nós a olhar por cima do ombro e a pensar como é que seria o outro – será que era assim mesmo tão difícil? –, e o outro não nos sai da cabeça, os pés andam para um lado mas há qualquer coisa que parece que está sempre noutro sítio e que ainda consegue pensar que difícil não é impossível.

Alguém me explique porque é que as coisas complicadas parecem sempre tão mais atraentes. Ou serei só eu que ainda não aprendi?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Como a Ali Smith diria:

"É estranho como não conhecemos uma pessoa e ao mesmo tempo sabemos que ela é completamente diferente das outras."

"Qualquer Coisa Como", Ali Smith (Quetzal)

domingo, 22 de julho de 2012

Posso ao menos dizer que...

Nunca mais duvido do Paulo Cardoso e dos horóscopos do Paulo Cardoso, que no livro das previsões amorosas para 2012 me encheu o ano de corações a partir de Julho.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nem de propósito...

... uma amiga de infância descobriu-me no Facebook e mandou-me uma mensagem ao fim destes anos todos. Estou em modo rádio nostalgia, está visto.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A culpa foi dos calções

Sábado à noite, para uma das tais despedidas de solteira, resolvi experimentar uns calções de ganga lindos da Diesel que estavam no meu armário há décadas (e quando digo há décadas era mesmo há décadas, que lembro-me que o meu pai mos comprou quando eu tinha uns 11, 12 anos, e se eu já tenho 29 é fazer as contas, como dizia o outro). Contente, devo dizer mesmo radiante de ver que ainda me serviam e que as caminhadas diárias andam mesmo a fazer efeito, lá fui eu passeá-los com as amigas para uma noite só de miúdas daquelas que acabam já de manhã, com o sol lá no alto. Eu não sei se foi dos calções, se foi do sítio que escolhemos, mas a verdade é que encontrei pessoas que já não via há anos e anos, incluindo um dos meus primeiros namorados, uma velha paixão dos "sweet sixteen", essa bela idade. Depois lá para as sete da manhã passou Blink – “What’s my age again?”, muito apropriado, não só por ser uma canção dessa altura mas pelo título, claro – e eu dei por mim a pensar como é tão fácil entrar no velho comboio das recordações e de repente passar o tempo a olhar para trás, como uma coruja. A diferença, lá está, é que agora tenho 29 e já ganhei alguma sabedoria. Sei, por exemplo, que escuso de tentar que o meu pescoço vire a 180º, porque já sei que não vira. E antes de me pôr a olhar para trás, já decidi uma coisa: pelo sim pelo não, os calções voltam outra vez para o armário.

domingo, 8 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Desencontros ou dioptrias?

No mesmo dia, duas pessoas diferentes dizem-me que vão ter de se afastar de alguém porque se estavam a apaixonar e esse alguém só as via como amigos. E eu pergunto-me: o cabrãozinho do Cupido ainda não viu que precisa de óculos?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Copeland #5 (ou como às vezes é preciso uma mulher ter tomates)

"I could leave you walk away
we'll save it for another day
through all the wars I've come to know
it's punches pulled, not towels thrown in"

Hoje dei o meu último soco. Vamos lá ver é se não sou eu a ir parar ao chão.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

sábado, 30 de junho de 2012

Há quem goste de louros

Morenos, ruivos, cabeludos, carecas, musculados, lingrinhas, faladores, calados, misteriosos, espalha-brasas, altos, baixos, divertidos, sérios, responsáveis, gordos, magros, deprimidos, eufóricos, cómicos, sombrios, alegres, melancólicos, discretos, trabalhadores, criativos, práticos, loucos, profundos, de cabelo curto ou cabelo comprido.
Eu gosto de homens indisponíveis, está visto.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Qualidade de vida

Sair do trabalho às dez e meia da noite, chegar a casa às onze, e a única coisa pronta a comer no frigorífico serem tremoços.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como se não bastasse tudo o resto, o Afonso Cruz também sabe escrever sobre o amor

"Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é  isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade."

Afonso Cruz in "Jesus Cristo Bebia Cerveja" (Alfaguara)

domingo, 17 de junho de 2012

É por isso que eu sou a primeira a dizer que o romantismo morreu

Porque não vale a pena pensar que podia ser como o Teixeira de Pascoaes e meter-me num barco - neste caso um avião - para saber se gosto de uma pessoa. Sobretudo quando têm de passar três semanas entre pensar nisso e chegar de facto ao destino. Três semanas dão para muita coisa, mas dão sobretudo para perder a adrenalina da impulsividade e ficar a saber que não é preciso ir tão longe, porque a pessoa que nos fez querer sair é a mesma que vem até cá poucos dias depois. Ou seja: não comprei o bilhete e não me vou meter em nenhum avião. Mas não desistam de mim. Porque eu sou a primeira a dizer que o romantismo morreu mas também sou a primeira a querer voltar a ter aquela fé estúpida de que as coisas vão correr bem e vai valer a pena perder a cabeça outra vez, apesar de tudo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

E o que eu adoro esta fotografia?

Guardei-a desde que saiu na Vogue Paris, em Fevereiro do ano passado, e finalmente já a tenho pendurada à entrada de casa.








domingo, 10 de junho de 2012

Não parece, mas isto é tão bom

Aquela sensação de ter um balão dentro do peito. Uma moeda encravada na beira do estômago. A cabeça para trás e para a frente a pensar meto-me no avião não me meto no avião, meto-me no avião não me meto no avião, o Teixeira de Pascoaes meteu-se num barco para ir atrás daquela inglesa que não conhecia, como escreveu o MEC, porque é que eu não me posso meter num avião se ainda por cima é mais rápido? A estupidez de acordar a meio da noite e não conseguir adormecer outra vez. A cabeça para trás e para a frente a pensar não te metas nisso, não te metas nisso, e a moeda encravada na beira do estômago, tão bom, a dizer atira-te de cabeça porque não há nada melhor do que isto.  

quinta-feira, 7 de junho de 2012

E ainda falam da meteorologia

Num dia estou triste e cansada de más notícias, no outro tenho de ir à casa de banho do trabalho dar pulinhos de contente por causa de uma mensagem inesperada. Ai coração, que eu não sei se aguento isto.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gostava de perceber quem inventou a regra de que as mulheres têm de andar sempre com lenços de papel na mala

É que um dia destes eu vou é andar com um assim na lapela. Já faltou mais.


Acho que quantos mais anos faço, menos percebo

Acho que quantos mais anos faço, menos percebo. As pessoas. Eu própria. Esta ansiedade de ver de repente o que me faz sentir uma pessoa que dificilmente podia ser mais inacessível, e entrar no carro mesmo quando já estou a ver que me vou espatifar na curva.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo onde arrumar tantas emoções, sobretudo quando nas mesmas 24 horas tenho de soprar as velas, fazer a festa, ouvir um médico confirmar que a minha avó tem alzheimer e ir buscar a minha gata ao veterinário depois de a terem operado a um tumor na mesma sala onde a minha cadela morreu, e pelo mesmo motivo.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo onde vamos nós buscar forças para lidar com dias como este, e semanas, e até meses.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo como é que posso acreditar que depois de tanto azar ainda vem aí alguma coisa boa, porque se começar a pensar já ando a dizer isto a mim mesma há mais de um ano.
Acho que quantos mais anos faço, e contra todas as expectativas, menos medo vou tendo de mostrar o que realmente sinto, e qualquer dia dou um murro a quem me disser que sou um grande partido.
Acho que quantos mais anos faço, mais simples são as coisas que quero. Estabilidade. Tempo. Uma pessoa que queira estar comigo e que não se afaste quando as coisas deixam de ser perfeitas. A grande merda é que são essas mesmas coisas simples que vão ficando cada vez mais complicadas, quantos mais anos faço.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pronto universo, já falámos

Eu tomei a iniciativa, e depois ele tomou a iniciativa, e com isto tudo lembrei-me como é tão boa aquela sensação de descer a rampa antes do túnel, mesmo no meio do estômago.