terça-feira, 30 de outubro de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ontem recebi um telefonema com 16 anos de atraso

E foi como estava à espera: percebi que as palavras certas deixam de ser certas quando demoram muito tempo a ser ditas, como aqueles perfumes que passam a borrifos de ar por estarem demasiado tempo no frasco.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Juliette quer

Uma t-shirt a dizer Capulet. Um Romeu e Julieta que acabe bem. Uma camisola com as palavras de Shakespeare e o filme de Baz Luhrmann transformado em roupa para pôr na gaveta e passear na rua, como no lookbook de Outono da Wildfox, lindo que só ele e quase todo aqui.





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Valha-nos a assistência em viagem

Que isto de não ter um homem para nos trocar pneus quando há um que resolve rebentar no meio da estrada, é chato.

sábado, 13 de outubro de 2012

E depois, às vezes...

Basta a maneira como ele se ri ou como enruga a testa quando quer explicar qualquer coisa mais elaborada.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Há uns tempos, uma amiga que é casada perguntava-me como estava a ser viver sozinha e se não tinha saudades de estar sentada no sofá a ver filmes com um namorado. Respondi-lhe que não, que aquilo de que eu tinha saudades era da parte antes dessa, da fase da conquista, de me pôr bonita para ir jantar fora e ficar com a boca seca da expectativa. Entretanto esses jantares vieram, uns mais giros do que outros, uns a evoluírem mais do que outros, e há uns dias dei por mim a pensar nisto das primeiras impressões e o que é que separa uma pessoa interessante em si de uma pessoa interessante para nós. Porque se pusermos as coisas em termos racionais, é possível olhar para alguém e apontar o que faz desse alguém perfeito, pelo menos em teoria: interesses comuns, sentido de humor, objectivos de vida, inteligência, profundidade, e já agora uma carinha ou um físico que faça alguma coisa pela nossa taquicardia. O problema é isso ser só em teoria. Porque enquanto há pessoas que são automaticamente afastadas de um relacionamento mais profundo por darem erros a falar ou gostarem de touradas (dou dois exemplos meus mas a lista pode ser infinda, consoante cada um, e não me venham dizer que estou a ser esquisita e vou acabar sozinha porque toda a gente tem as suas paranóias), há outras que não percebemos bem porque é que ficam ali no meio, perfeitas em teoria mas insonsas na prática, companhia ideal para ir ver uma exposição num domingo à tarde mas não para partilhar um pequeno-almoço na cama ou uma maratona de filmes no sofá (lá está). Eu não queria estar a voltar à questão de que o romantismo morreu porque já disse o que tinha a dizer sobre esse assunto neste blogue, mas a verdade é que também me parece que hoje em dia as pessoas vão sair mas com aquela postura de que "se der, deu, e se não der também paciência, há muito trabalho e muita coisa para fazer e o tempo não dá para tudo" e ninguém tem grande paciência para tentar arrebatar ninguém ou ser arrebatado. E no fim, parece-me, a questão é só uma: uma pessoa até pode ser perfeita para nós, em teoria, ou não tão perfeita assim, logo à partida. Mas a única coisa que interessa são aqueles segundos, aquele momento em que viramos costas e percebemos se vamos ter de estar com essa pessoa outra vez, todas as vezes, depressa e sem ter medo de o demonstrar, sempre que for preciso.