sábado, 30 de junho de 2012

Há quem goste de louros

Morenos, ruivos, cabeludos, carecas, musculados, lingrinhas, faladores, calados, misteriosos, espalha-brasas, altos, baixos, divertidos, sérios, responsáveis, gordos, magros, deprimidos, eufóricos, cómicos, sombrios, alegres, melancólicos, discretos, trabalhadores, criativos, práticos, loucos, profundos, de cabelo curto ou cabelo comprido.
Eu gosto de homens indisponíveis, está visto.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Qualidade de vida

Sair do trabalho às dez e meia da noite, chegar a casa às onze, e a única coisa pronta a comer no frigorífico serem tremoços.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como se não bastasse tudo o resto, o Afonso Cruz também sabe escrever sobre o amor

"Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é  isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade."

Afonso Cruz in "Jesus Cristo Bebia Cerveja" (Alfaguara)

domingo, 17 de junho de 2012

É por isso que eu sou a primeira a dizer que o romantismo morreu

Porque não vale a pena pensar que podia ser como o Teixeira de Pascoaes e meter-me num barco - neste caso um avião - para saber se gosto de uma pessoa. Sobretudo quando têm de passar três semanas entre pensar nisso e chegar de facto ao destino. Três semanas dão para muita coisa, mas dão sobretudo para perder a adrenalina da impulsividade e ficar a saber que não é preciso ir tão longe, porque a pessoa que nos fez querer sair é a mesma que vem até cá poucos dias depois. Ou seja: não comprei o bilhete e não me vou meter em nenhum avião. Mas não desistam de mim. Porque eu sou a primeira a dizer que o romantismo morreu mas também sou a primeira a querer voltar a ter aquela fé estúpida de que as coisas vão correr bem e vai valer a pena perder a cabeça outra vez, apesar de tudo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

E o que eu adoro esta fotografia?

Guardei-a desde que saiu na Vogue Paris, em Fevereiro do ano passado, e finalmente já a tenho pendurada à entrada de casa.








domingo, 10 de junho de 2012

Não parece, mas isto é tão bom

Aquela sensação de ter um balão dentro do peito. Uma moeda encravada na beira do estômago. A cabeça para trás e para a frente a pensar meto-me no avião não me meto no avião, meto-me no avião não me meto no avião, o Teixeira de Pascoaes meteu-se num barco para ir atrás daquela inglesa que não conhecia, como escreveu o MEC, porque é que eu não me posso meter num avião se ainda por cima é mais rápido? A estupidez de acordar a meio da noite e não conseguir adormecer outra vez. A cabeça para trás e para a frente a pensar não te metas nisso, não te metas nisso, e a moeda encravada na beira do estômago, tão bom, a dizer atira-te de cabeça porque não há nada melhor do que isto.  

quinta-feira, 7 de junho de 2012

E ainda falam da meteorologia

Num dia estou triste e cansada de más notícias, no outro tenho de ir à casa de banho do trabalho dar pulinhos de contente por causa de uma mensagem inesperada. Ai coração, que eu não sei se aguento isto.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gostava de perceber quem inventou a regra de que as mulheres têm de andar sempre com lenços de papel na mala

É que um dia destes eu vou é andar com um assim na lapela. Já faltou mais.


Acho que quantos mais anos faço, menos percebo

Acho que quantos mais anos faço, menos percebo. As pessoas. Eu própria. Esta ansiedade de ver de repente o que me faz sentir uma pessoa que dificilmente podia ser mais inacessível, e entrar no carro mesmo quando já estou a ver que me vou espatifar na curva.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo onde arrumar tantas emoções, sobretudo quando nas mesmas 24 horas tenho de soprar as velas, fazer a festa, ouvir um médico confirmar que a minha avó tem alzheimer e ir buscar a minha gata ao veterinário depois de a terem operado a um tumor na mesma sala onde a minha cadela morreu, e pelo mesmo motivo.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo onde vamos nós buscar forças para lidar com dias como este, e semanas, e até meses.
Acho que quantos mais anos faço, menos percebo como é que posso acreditar que depois de tanto azar ainda vem aí alguma coisa boa, porque se começar a pensar já ando a dizer isto a mim mesma há mais de um ano.
Acho que quantos mais anos faço, e contra todas as expectativas, menos medo vou tendo de mostrar o que realmente sinto, e qualquer dia dou um murro a quem me disser que sou um grande partido.
Acho que quantos mais anos faço, mais simples são as coisas que quero. Estabilidade. Tempo. Uma pessoa que queira estar comigo e que não se afaste quando as coisas deixam de ser perfeitas. A grande merda é que são essas mesmas coisas simples que vão ficando cada vez mais complicadas, quantos mais anos faço.