terça-feira, 28 de outubro de 2008

Missão cumprida

Consegui encontrar um blusão de cabedal sem ser de pele.
Já tenho o livro do Tim Walker.
Arranjei dois bilhetes para o concerto de Cansei de Ser Sexy logo à noite.
Comi as primeiras castanhas assadas do ano.
Vejo a vida cor-de-rosa outra vez, como a Edith Piaf via La vie en rose.
Já não me apetece escrever sobre o fim do romantismo.
O título deste blogue faz finalmente sentido.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O senhor-estátua está apaixonado

O senhor que costuma estar a fazer de estátua na Rua Augusta estava no meio da rua abraçado a um coração, com um ar tótó e apaixonado.
Não havia como não lhe dar uma moeda.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Adoro comer gelado às colheradas…

… daqueles pacotes grandes e redondos, como tem a Haagen-Dazs e a Ben & Jerry's. Mas quando alguém me desilude com algo que até me faz lembrar outras desilusões que já tive, e sobretudo quando é mesmo em cheio, na altura em que me sinto mais feliz, não consigo evitar a associação: Há aqui qualquer coisa no peito, ao pé do esterno, que se sente como o pacote de gelado. E há qualquer coisa que é arrancada à colherada. E fica-me a doer o espaço.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Entre a dor e o nada...

Faulkner escolheu a dor, Godard escolheu o nada. E eu hoje estava a pensar que esta bem pode ser a questão (e a escolha) que resume tudo, sobretudo quando se conhece alguém novo. Há quem não dê confiança a outra pessoa porque tem, à partida, a certeza de que essa pessoa a vai desiludir à primeira oportunidade. Há quem não se apaixone porque perder a cabeça significa espatifar a cabeça, mais cedo ou mais tarde. Há quem tenha mais travões do que um Audi com ABS, e também há quem seja exactamente o contrário, tão impulsivo e imponderado que salta directamente para o precipício. Eu não sei onde é que ando aqui pelo meio: já fui a pessoa do precipício, já espatifei a cabeça, e pelo caminho aprendi a ter as minhas próprias reservas. Mas ainda não fiquei cautelosa (ou devo dizer cínica?), o suficiente para incorporar os travões ABS em toda e qualquer circunstância, ou para ficar indiferente quando alguém me vem com a conversa de que mais vale estar sozinho porque assim ao menos ninguém se magoa. Irrita-me, perco a cabeça, começo logo a desbobinar as mil e uma razões porque pensar assim só faria com que o mundo fosse o sítio mais aborrecido e desenxabido do mundo.
Estratégias, cautelas, manobras, ultimatos, isso é coisa para a Batalha Naval, não para o dia-a-dia. Sobretudo porque, definitivamente, há pessoas que entram na nossa vida que atiram todas as teorias por terra. E ainda bem.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Barcelona

Primeiro foi uma mensagem, a um dia de início de Outubro:
"Vamos passar o fim-de-ano a Barcelona? Bora bora bora?"
Apesar do entusiasmo, o meu lado racional disse que não. Pelo dinheiro, porque teria que marcar férias, porque ainda falta muito tempo, porque em Dezembro Barcelona deve estar um gelo... e por causa do dinheiro. (já tinha dito?)
Mas depois foi o M., na sexta-feira, a dizer que ia passar o fim de semana a Barcelona, e a falar das Ramblas, e das lojas, e eu com saudades de passear por ali abaixo e ver as flores e as gaiolas, e aquele ar de mercado no meio de uma via cosmopolita. Eu de repente com um fim-de-semana muito pouco excitante pela frente, e com saudades dos donuts do Dunkin' Donuts, do parque Güell, de andar pelo Passeig de Gracia só por andar, e dos copos, e das festas, e dos autocarros nocturnos como os nossos das seis da tarde, cheios de gente.
E hoje, hoje foi a gota de água. Um email de trabalho, para alguém com quem falei a semana passada, e uma resposta: "Olá, deste sexta que já não trabalho aí, vim viver para Barcelona."
Perante isto, o que é que uma pessoa pode fazer? Bater com a cabeça nas paredes? Ficar a remoer na vontade de ir? Mentalizar-se que não dá mesmo ou começar a fazer contas à vida e chegar à conclusão de que se-comer-sopa-todos-os-dias-ou-trouxer-o-almoço-de-casa-durante-um-mês-e-não-comprar-nada-de-espécie-alguma-até-é-capaz-de-dar? Eu fui pela última, claro. Estúpida. Mas uma estúpida feliz.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Já vi o novo boneco do Multibanco…

… e apesar do que já me tinham dito e do que já tinha lido, é mais parvo do que eu pensava. É feliz demais. Esbracejante demais. Parece um Perna de Pau verde com demasiados antidepressivos, a quem tudo corre bem e a vida sorri. Ninguém tem esse estado de espírito junto a uma caixa multibanco.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

É impressão minha....

... ou já choveu, já ficou frio, já é Outono, e ainda não há castanhas assadas na rua?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Como esta semana, afinal, até pode ser boa

Às 11.30 da manhã de uma segunda-feira já tive duas (boas) surpresas: um marshmallow em forma de Hello Kitty em cima da secretária, com um elogio rabiscado; a Vanity Fair que pedinchei ontem, entregue em mão por duas amigas.
Obrigada.

domingo, 5 de outubro de 2008

Ansiedade

s.f. dificuldade de respiração; inquietação de espírito; incerteza aflitiva; impaciência.
Vale a pena se não estiver condenada à partida.
Vale a pena se não passar directamente à angústia, e saltar tudo o que vale a pena sentir.

Quero!




quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Hoje

É um daqueles dias tão de merda, em que me sinto tão cansada e tão saturada que estava capaz de chorar a ver a maior comédia do mundo, ou o filme mais parvo do mundo. Ou o Telejornal. Ou o anúncio da Cif.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008