terça-feira, 13 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estamos apaixonados outra vez

Estamos apaixonados outra vez. Há dois meses. Com mensagens de saudades uma hora depois de nos vermos, coelhos da Páscoa de chocolate partilhados no sofá, maratonas de séries e filmes até de madrugada, passeios de mão dada por todo o lado em que a mão nunca se larga, noites em colherzinha ou cadeirinha (qualquer uma das expressões é tão parva e tão boa), planos para Abril, para Maio, para Junho, para o fim do ano. Eu sei que não acreditava em reconciliações. Que disse que há males que nunca se curam por mais que se viva. Que as pessoas não mudam. Que há coisas que se partem e que são impossíveis de voltar a colar e nunca mais ficam as mesmas. Mas agora apetece-me escrever que as relações crescem, como as pessoas e os cabelos. Que afinal nem a maior das desilusões é irrecuperável, se o sentimento continua lá e continua em pé apesar de toda a pancada, e é recíproco. Que é normal ter altos e baixos e desanimar quando o baixo está tão baixo mas tão baixo que parece que nunca mais vai voltar a subir. Que a pessoa que nos fez dizer que estamos fartos de surpresas pode ser a pessoa que nos deixa outra vez com aquela ansiedade idiota na barriga. Que é preciso saber reconquistar uma pessoa tanto quanto é preciso saber deixar-se ser reconquistado. Que estou uma lamechas e uma peganhenta outra vez e que se me pedirem conselhos amorosos e me ouvir a mim própria em voz alta vou parecer saída directamente da história da Branca de Neve ou da Pocahontas. Mas não me importo. Porque tudo é infinitamente melhor assim.