quarta-feira, 11 de junho de 2008

Apagar

Ter tempo dá nisto: atiro-me para cima de um sofá e agarro nos dois telemóveis, pronta a apagar as mensagens que não valem a pena recordar. Mais do que isso, pronta a apagar as esperanças teimosas que ainda vou tendo, em relação a pessoas que claramente não têm mais nada para me dar. (apagar essas pessoas é que já é mais difícil, mas eu juro que me esforço).
Cinco minutos deste exercício, e é triste. Porque percebo que isto de apagar o que não vale a pena, em vez de ser uma prova de maturidade ou de auto-confiança, do género vou-rasgar-todas-as-cartas-de-amor-que-ele-me-escreveu-e-queimar-as-fotografias-onde-estamos-juntos-porque-mereço-melhor, é quase patético: aquilo que apago é tão inócuo e tão pouco veemente que sou eu que me fico a perguntar porque é que não desapareceu da minha cabeça há mais tempo. Ou do meu telemóvel, pelo menos.

4 comentários:

Anónimo disse...

delete!
delete!
delete!

game over! =)

beijinho.

doverland.wordpress.com

SMS disse...

É isso mesmo. Se tudo é inócuo para quê deixar ganhar espaço e tempo na nossa vida, tão curtinha? É lugar-comum? É. Mas os lugares-comuns demoraram muito tempo a serem construídos e são muito certeiros... Muah!

Maria Inês disse...

Fizeste-me pensar, "porque é que tenho 680 sms na caixa de entrada?". Ok, algumas são simplesmente recentes e ainda não me dei ao trabalho das apagar, mas outras... Outras já passaram por esse mesmo processo de que falas, uma espécie de triagem, e não as apaguei, continuam lá. E não sei porque é que lá continuam, porque mais vale esquecê-las. Porque não valem a pena recordar. Mas não as apaguei...

Rapunzel disse...

estive a (tentar) fazer isso há 2 dias atrás... e não consegui apagar tudo o que queria! nem do telemovel nem cá de dentro de mim.... e fico fo**da com isso!