Todo o dia como o dia lá fora: cinzenta, triste, a remoer cá dentro uma desilusão que não é de agora mas que me magoa como se fosse (sei lidar com desilusões de amores, de trabalho, não sei lidar com desilusões de amigos). À minha volta, outras pessoas tristes, mais tristes do que eu. E uma gritaria que todos ouvimos vezes e vezes sem conta mas que não devia ser connosco.
Para compor o dia e o estado de espírito, os The National nos ouvidos em repeat, o menino a cantar
"Sometimes you get up and bake a cake or something,
Sometimes you stay in bed.
Sometimes you go la di da di da di da da
Til your eyes roll back into your head"
(e eu já sei que amanhã vou "la di da di da da", assobiar para o lado como se nada fosse, ignorar o que não me apetece resolver).
Ao chegar a casa, uma bela caixa de bombons embrulhada com um laço. E de repente o meu dia menos como o dia lá fora. Truuuuufas!
Agarrei numa mais bonita do que as outras, em chocolate branco, redonda como um berlinde e polvilhada com um açúcar brilhante. E antes que me pudesse sequer deliciar com o chocolate a derreter, zás, explodiu-se a trufa bonita na boca, cheia de um licor mais amargo que óleo de fígado de bacalhau e tão alcoólico que acho que se me fizerem agora o teste do balão, acusa.
Tenho medo de voltar à caixa e escolher outro bombom. Porque afinal os chocolates são como a vida real: tão bonitos, com tantas promessas, e explodem quando menos esperamos. Amargos que sei lá.
2 comentários:
também não sei lidar com de amigos. mas continuo a confiar em todos como se a minha vida dependesse disso. e se calhar até depende...
quanto à resposta do passatempo, era bem mais simples. bastava-me dizer o nome do último álbum da adriana.
mas cores de frida kahlo fica bem melhor não fica? :)
beijinho
É por isso que temos que virar sempre a caixa ao contrário para ver a descrição dos bombons =)
Já à vida não se pode fazer o mesmo.
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