terça-feira, 3 de janeiro de 2012

“Queres casar comigo?”, pergunta ela

Tenho uma grande amiga que ficou noiva. Vai casar em Setembro e está com um sorriso do tamanho da Via do Infante. Feliz que só ela. Eu gritei quando soube, gritei muito, e a novidade já foi devidamente festejada com brindes e abraços parvos e perguntas difíceis e avisos ao noivo, do género “se não a tratas bem ou se voltas atrás persigo-te até ao fim dos teus dias e vais desejar ter sido atropelado por um camião ou dizimado por abelhas assassinas”. Tudo entre mais gritos e abraços parvos e planos para beber muito no casamento e cantar músicas foleiras e essas coisas todas. Mas a questão que me deixou a pensar e que motivou este texto não foi não acreditar – aposto o braço esquerdo em como este casamento vai ser feliz (o direito é melhor não, dá-me jeito para escrever e não ando assim tão crente no amor) – foi antes de mais o passo para chegar a ele. Porque do meu círculo de amigas, esta já é a segunda que resolveu pegar no assunto entre mãos e chegar-se à frente. Ou seja, ser ela a pedir o namorado em casamento, e não o contrário. Tendo em conta que só quatro das minhas amigas já se casaram, é metade, e isso já dá uma espécie de sondagem fidedigna o suficiente para poder afirmar que os tempos, de facto, mudaram. Mulheres emancipadas e independentes já não são só mulheres que vivem sozinhas e pagam contas sozinhas e dão o litro no trabalho (olha eu, olha eu), são mulheres que não têm medo de pôr o joelhinho no chão (mentes impuras, não tirem conclusões precipitadas) e fazer a pergunta fatídica: queres casar comigo? E com tudo isto correr aquele risco que antigamente só os homens corriam: levar um rotundo não. (Ou então simplesmente assegurarem-se de que ele não escapa, que isto de homens sérios não há muitos e uma pessoa não pode esperar eternamente.)
Tudo isto para dizer que, depois de pensar muito sobre o assunto, e esbarrar com as minhas próprias noções românticas de que espero um dia ser pedida em casamento pela pessoa que me fizer mais feliz no mundo, chego à conclusão de que não há nenhum motivo para não poder ser a mulher a pedir o seu homem em casamento, a não ser uma tradição que vai sendo cada vez mais transformada e que já não é mesmo o que era. O que interessa é o compromisso, o que se faz para honrá-lo, a sinceridade da coisa. Quem pergunta se o outro está louco o suficiente para também mergulhar de cabeça ainda é o menos.

12 comentários:

S* disse...

Nessa coisas ainda sou tradicional... mas acho muito bem que sejam elas a dar esse passo. Why not?

Anónimo disse...

Hear! Hear!

Juanna disse...

Eu pedi o meu homem em casamento. Ou melhor, ameacei-o :D

Mary disse...

É claro que não há motivo nenhum que impeça as mulheres de pedirem os homens em casamento. Mas a pergunta que se impõe é: ainda assim, seríamos capazes de fazê-lo? E da maneira como as coisas (ainda) são, o facto de eles não se chegarem à frente não quererá dizer alguma coisa...?

Fica a dúvida :-)

Mia disse...

Parabéns!

http://pegadafeminina.blogspot.com

Palco do tempo disse...

que giro, acho bem sermos nos a pedir :)

i am you disse...

Concordo, apenas contesto o "sorriso do tamanho da Via do Infante", não é algo que me faça sorrir assim muito.

Carla Santos Alves disse...

...eh pá eu nisso ainda sou old fashion!...
As maiores felicidades do mundo para a tua amiga.

Peyton Sawyer disse...

verdade :)

Di disse...

Eu preferia também ser pedida em casamento, apesar de não ver mal que seja a mulher a tomar a iniciativa. Simplesmente há coisas que funcionam melhor só num sentido.
Vê a minha opinião mais completa aqui: http://seperguntarempormimvoei.blogspot.com/2012/01/if-you-like-you-should-put-ring-on-it.html

(Faço referência ao teu post!!)

Lila* disse...

Acho que não era capaz, mas digo imensas vezes para irmos viver juntos!

Bravo disse...

juliette... queres casar comigo? :) ainda não acredito que a nossa mai nova vai casar... beijinhos*