Eu, que nem sou uma pessoa muito dada à televisão, descobri que gosto de ver programas de culinária. Que são o melhor que me podem dar quando chego a casa cansada de estar ao computador ou de ler livros e palavras intermináveis por dia. Bem posso ficar com o estômago colado às costas ou a salivar por um pastel de nata às duas da manhã, como se estivesse grávida, mas gravo tudo, e vejo tudo. O entusiasmo lá em casa é tanto por estes dias que ontem, na 458254567ª expedição ao Ikea, dei por mim a passar que nem uma seta por aqueles modelos de casas de 30 metros quadrados, onde gosto sempre tanto de entrar, e a ficar verdadeiramente empolgada ao pé dos utensílios de cozinha que há umas semanas atrás despertariam o mesmo entusiasmo que uma caixa de bricolage. Trouxemos um esmagador de alhos, uma frigideira de grelhar, uma pinça para virar os grelhados e dois pincéis para os barrar com molho. Ainda agarrámos num ralador de queijo, num cortador de ovo cozido e num almofariz um bocadinho maior do que o nosso. Esses voltaram para a prateleira, porque ainda não estamos tão fanáticos como isso, mas temo que seja apenas por uma questão de dias. Se eu vier para aqui falar de comprar azoto líquido para fazer gelados ou de outras geringonças para fazer cozinha molecular, internem-me, por favor.
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