terça-feira, 15 de julho de 2008

Outra coisa que me salvou o dia

O brownie do Go Natural.

A boa nova que me salvou o dia

Eu juro que, há uma hora atrás, quando entrei no metro, estava capaz de esbofetear, insultar e e pontapear a primeira pessoa que me aparecesse à frente. Uma hora no dentista, ou melhor, uma hora na sala de espera do dentista, a levar com uma velha a falar com a telenovela e com as personagens da telenovela (quem, mas quem?, é que passa o tempo todo a dizer "'vais-te inscrever no combate de boxe vais, tu és mas és parvo, nem sabes com quem vais lutar e a tareia que levas" ou "grita mulher, grita, bate na porta, ele não te ouve... ai que ela está tão fraca e ele não a ouve e não percebe que ela foi raptada, ai"). Pois, não bastava isto, já não bastavam os nervos que tamanha estupidez me estava a causar, quando fico a saber que ainda teria de esperar mais uma hora - e isto na versão optimista - para ser atendida. Esbracejei, disse que não podia, que às 21.00 tinha de estar num sítio (que era em casa, claro, mas para escrever e trabalhar, claro), que não podia ser, não podia estar ali a desesperar na sala de espera.
E foi assim que me encaminhei para o metro, capaz de espatifar a primeira pessoa que me aparecesse a frente. E foi também assim que os meus olhos deram com a boa nova que me salvou o dia e o humor: uma chamada de capa num jornal gratuito, que dizia:

Boavista pode regressar à Liga.

Alegria, alegria.

domingo, 13 de julho de 2008

Tim Walker

Pronto, estou oficialmente de boca aberta e não tarda nada enfio-me num avião para Londres, em direccão ao Museu do Design. Até dia 28 de Setembro, estão lá as fotos deste senhor.





sexta-feira, 11 de julho de 2008

Alive: Frase da noite

Vocalista dos The Hives:
If you want to fuck me, come meet me backstage. I will personally fuck you up.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Faltam 3 horas e 22 minutos

Já ninguém me pode ouvir com isto, mas é desta. Uma banda assim para o deprimente que conseguiu contrariar a minha aversão por bandas assim para o deprimente, com as letras mais maravilhosas dos últimos tempos. Hoje nada me tira deste concerto.

Boas acções

No outro dia, fiz o que se pode considerar uma boa acção. Fui ver o Cirque Invisible à Culturgest (não era isso a boa acção), e tinha convidado uma amiga. A amiga deixou-me pendurada, porque também é jornalista, claro, e os jornalistas são seres explorados, masoquistas e sádicos, que às 21.30 ainda continuam a trabalhar. Enfim, ela não conseguia sair do trabalho a tempo, e eu tinha um bilhete a mais. Encontrei um antigo colega de que gostava muito, estava com um grupo de amigos, e perguntei-lhes se queriam um bilhete. Uma rapariga veio ter comigo a dizer que tinha ouvido um rapaz andar a perguntar quem vendia entradas (porque era a última noite e a sala estava esgotada). Passado uns segundos, veio o tal rapaz. Disse-lhe que tinha um bilhete, ele perguntou quanto eu queria por ele, eu disse que nada, e entreguei-lho para as mãos. Ficou com os olhos esbugalhados, mil vezes agradecido, a chamar-me benfeitora e sei lá mais o quê. E se a história tivesse ficado por ali, eu até acreditava que as boas acções são coisas bonitas de se fazer.
Mas não. Primeiro, porque o rapaz não era giro, e deixou-me a matutar que lá se ia uma boa oportunidade de, quem sabe, conhecer um príncipe. Claro que ser giro à primeira vista não é condição fundamental. Mas ele cheirava mal. E ao fim de cinco minutos disse a frase mais proibida de todas: "Gosto muito de artes circenses, mas nunca fui ao teatro."
Para mal dos meus pecados, tive de levar com ele ao meu lado durante as duas horas do espectáculo e durante parte do intervalo (na outra parte fugi para morada incerta). E ontem, ontem ligou-me para o trabalho e apareceu-me com um convite para a festa do circo do Inatel.
Fui seca ao telefone, disse que não me lembrava do nome dele, pedi para dizerem que não estava e não agradeci nem vou agradecer. Bitchy bitchy bitchy.
Por mim, chega de boas acções.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Más notícias

Jornalista de meia tigela que eu me saí. Para mim, más notícias não são boas notícias. Não são notícias sequer. Coisas más acontecem e não me sai um pio, uma linha, um ai. Fico sem saber como contar o que parece mau demais para ser verdade quando ainda não passou, sem saber o que dizer às pessoas, o que fazer. Nestes últimos dias, houve febre lá em casa, a minha mãe sem conseguir aguentar nada no estômago, uma ida às urgências com uma hemorragia que parecia mesmo um descolamento de retina outra vez, um incêndio gigantesco que pôs em perigo o local de trabalho que, ao fim de um ano, não é só um local de trabalho. No dia a seguir, os tectos no chão, a água nos papéis, cinza no ar e a agarrar-se aos cabelos, sacos grandes de plástico preto, a tentar salvar o que se podia salvar. E no meio disto tudo, eu sem me sair um pio, uma linha. Só agora, que lá em casa voltou tudo à normalidade e que parece que dentro do azar ainda tivemos alguma sorte, posso voltar a escrever.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Um novo artigo para o código penal

Devia ser proibido e punível por lei sair da praia à uma da tarde para ir trabalhar.

Standing Next to Me

The Last Shadow Puppets

Não fui eu que disse isto

Hoje eu disse que não é preciso estar apaixonado para ter uma relação. Que não é preciso que a pessoa ao nosso lado nos tire a respiração. Que as pessoas que não nos tiram a respiração nos podem conquistar de outra maneira. Se não tivesse escrito, se não tivesse lido o que escrevi, não acreditava. Não fui eu que disse isto.
Mas o que acontece é que, quase sempre, as pessoas que nos deixam sem ar são as mesmas que não nos ligam nenhuma. E isso não é ter alguém que nos tira a respiração. É asfixia por masoquismo.