sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Gosto tanto do Natal

Por tudo. Até por ser a única altura do ano em que podemos combinar um almoço e dizer:

"Encontramo-nos lá dentro, ao pé do Pai Natal."

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Estamos a vida toda à espera do momento em que nos vamos apaixonar...

…e quando isso acontece - bum! - temos saudades do tempo em que tínhamos controlo sobre tudo. E em que não nos sentíamos como gelatina 90% do tempo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Expectativas e certezas

Eu dizia que me ia casar aos 23 anos, no dia 23 de Junho. Dizia isto desde sempre, e brincava com isso quando fiz 20 anos, porque afinal os 23 já não pareciam tão distantes como eram aos 12, e a minha vida, então, estava muito longe do sítio onde eu pensava que ia estar aos 23. Eu dizia que me ia casar aos 23 anos, no dia 23 de Junho, e no dia 22 de Junho desse ano, o meu amor virou-se para mim e disse a frase fatídica: “Temos de falar”.
Nada foi como eu pensava, nada verdadeiramente é como pensamos. E isto serve para falar sobre expectativas. Porque aos 29 anos, aos 27 anos, ouço amigas a falar no relógio biológico. Amigas a fazer contas à vida e ao amor e ao trabalho, e a ver que não está nada no lugar onde devia. (Amigas que não estão felizes e que são tão bonitas que eu me pergunto que treta é essa do universo e das boas energias quando pessoas assim estão sozinhas).
Cada vez mais acredito que quanto mais coisas sabemos, quantas mais certezas temos, mais a vida se vai armar em bruxa maldita e fazer exactamente o contrário (a lição dos 23 anos ficou-me para a vida, nunca mas nunca mais me vão ouvir atirar uma data para o que quer que seja). A questão é que quanto mais pintamos a realidade, quanto mais imaginamos o príncipe encantado e o emprego de sonho e a casa perfeita, mais a casa parece pobretanas, o emprego uma merda, o príncipe um sapo verde com verrugas. Porque faz parte de nós sermos descontentes. Pôr defeitos em tudo. Achar que o que era bom cinco dias antes, afinal é "assim-assim", “normalzinho”, "nada de especial". E cada vez mais começo a achar que, embora seja bom e recomendável ter sonhos, padrões, bitolas elevadas, expectativas, é melhor não pensar demasiado no futuro ou ter demasiadas certezas.
Eu dizia, por exemplo, que queria trabalhar num sítio onde afinal odiei estar (e aquele de que mais gostei até hoje foi o mais improvável de todos).
Eu dizia que queria um namorado vegetariano. Ou que gostasse de praia tanto como eu, e fosse capaz de ir ao mar em Outubro, como eu (ok, nesta questão não era tão inflexível, bastava-lhe pôr os pezinhos na areia). Um amor que gostasse das músicas que eu gosto. Que lesse sempre o que eu escrevo. E apaixonei-me por um namorado cuja comida preferida é costeleta de novilho, e que este verão terá ido à praia umas duas vezes, no máximo.
Expectativas furadas? Talvez. E de certeza que vão aparecer outras (já estão a aparecer) que ele também não irá cumprir, como eu não irei cumprir as dele. Mas depois, acontecem coisas como esta: não é vegetariano mas leva-me a restaurantes onde sabe que há alguma coisa para mim. Não gosta dos Copeland mas envia-me o Blue Moon cantado pela Ella Fitgerald. Depois do Gomorra e de outros filmes sobre a máfia, vê a Amélie comigo, vê o Sexo e a Cidade, vê o Lipstick Jungle. E esta quinta, nem tem dúvidas em me acompanhar à Culturgest para ver o Tim Etchells, mesmo falado em flamengo.
Por isso é que me parece que expectativas demais são desilusões a mais, desnecessárias. Ou são coisas que pura e simplesmente nos passam ao lado, porque nem as colocamos em hipótese. E por isso é que também me parece que quanto menos certezas tivermos em relação ao que será a nossa vida no dia xis do ano xis, melhor será o presente, e melhores poderão ser as surpresas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tim vezes dois (que alegria)




Os meus dois Tims (isto diz-se?) estão juntos na Vogue inglesa de Dezembro: Tim Burton fotografado por Tim Walker, mais uma série de fotografias inspiradas no imaginário do Roald Dahl (que escreveu o Charlie e a Fábrica de Chocolate). Um Capuchinho vermelho a disparar uma pistola é das minhas preferidas, mas as do casal Tim Burton-Helena Bonham Carter também estão maravilhosas. Outra coisa não seria de esperar, claro.

Que ideia esperta

Ir visitar uma oficina de chocolate ao meio dia e passar a hora do almoço, cheia de fome, a olhar para chocolate a borbulhar e a ser transformado em bombons e trufas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os Jimmy Eat World respondem

A R.L. lançou-me um desafio: escolher uma banda de eleição e responder a dez perguntas com nomes de músicas dessa banda. (a parte da foto eu vou fingir que me esqueci, hihihihi). E como eu não sou pessoa de dizer que não a desafios, agarrei na discografia dos meus queridos Jimmy Eat World, e respondi a tudinho. Aqui vai:

1) És homem ou mulher? Believe in what you want
2) Descreve-te: Feeling Lucky
3) O que as pessoas acham de ti? Nothing Wrong
4) Como descreves o teu último relacionamento: Over
5) Descreve o estado actual da tua relação:
For me this is Heaven
6) Onde querias estar agora?
In the same room
7) O que pensas a respeito do amor? The Most Beautiful Things
8) Como é a tua vida? Big Casino
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Just Watch the Fireworks
10) Escreve uma frase sábia: Let it Happen

Parece que tenho de passar isto a mais gente, não é? Estilo aqueles emails que nos amaldiçoam se não reencaminharmos dentro de cinco minutos e fecharmos os olhos dez vezes de seguida e fizermos cânticos à Lua todos vestidos da mesma cor. Não vou ser desmancha-prazeres, por isso passo o desafio a:

Mise en Abyme
A Pipoca Mais Doce
O Blog do Desassossego
Perante o Riso Geral

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Julio Cortázar

"Por trás de toda a acção havia um protesto, porque tudo significava sair de para chegar a, mover algo para que estivesse aqui e não ali, entrar nessa casa em vez de não entrar ou entrar na do lado, ou seja, em cada acto havia a admissão de uma carência, de algo que ainda não fora feito e que era possível fazer, o protesto tácito diante da evidência contínua da falta, da quebra, da escassez do presente."

"Aquilo a que muita gente chama amar consiste em escolher uma mulher e casar-se com ela. Escolhem-na, juro-te, eu vi-os fazerem-no. Como se se pudesse escolher no amor, como se o amor não fosse como um raio que te parte os ossos e que te deixa petrificado no pátio. (...) Não se pode escolher Beatriz, não se pode escolher Julieta. Tu não escolhes a chuva que te vai ensopar até aos ossos quando sais de um concerto."

in O Jogo do Mundo (ed. Cavalo de Ferro)

Juliette has a gun

É o nome de um perfume novo. E eu pergunto-me para que quer a Juliette uma arma.
Será para matar o Romeu?

domingo, 9 de novembro de 2008

Depois ainda se admiram que eu goste de francês

Venham-me dizer que o francês é parvo. Que é arrogante. Ou que é impossível alguém zangar-se em francês sem fazer boquinhas ridículas.
O francês é lindo. É musical. É bonito porque ao mesmo tempo que é antigo, é urbano. É uma língua que se presta a confidências e devaneios. A Amélie Poulain nunca resultaria noutra língua, por exemplo. Ou o Brel: "La Chanson des vieux amants" nunca teria aquele refrão tão desesperado se não fosse em francês.
E agora eu tive mais uma confirmação de como a língua é bonita, de como gosto dela. Porque descobri que a nossa expressão "ser desmancha-prazeres", em francês diz-se "empêcheur de danser".
"Empêcheur de danser". Não me ocorre melhor tradução.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Não dei gorjeta ao taxista...

...mas devia, devia ter dado, porque claramente este taxista em questão não estava bem. Dos Restauradores até ao Poço do Bispo, em pleno dia, no rádio só tocou uma música, uma só, sempre em repeat. Não sei o que era, mas era em brasileiro. Dizia qualquer coisa como "o meu coração chora e nunca mais vou querer viver desde que você me abandonou". Era foleiro, era muito foleiro, mas era sentido. E sempre em repeat.
Era um coração partido a sério, só podia. E por isso era de ter dado uma moeda. Ou uma palmadinha nas costas. Qualquer coisa.

Acho que soube que gostava dele…

… quando na mesma noite falámos dos concertos na Casa Ocupada e do Fritz Lang.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Paris, Texas

Walt: I thought you were afraid of heights.
Travis: I'm not afraid of heights. I'm afraid of falling.